Marcos 1 Estudo: João Batista Prepara o Caminho para Jesus

Em Marcos 1, veremos que o Evangelho de Marcos começa com a história de João Batista,  e não com o nascimento de Jesus porque,  nessa época, as mais importantes personalidades do governo romano eram precedidas por um mensageiro ou arauto.

Quando este chegava a uma cidade, as pessoas sabiam que alguém proeminente brevemente chegaria.  A missão de João era  semelhante à dos arautos. Ele anunciava a vinda de Jesus,  a figura humana mais importante que já viveu.

João foi um personagem peculiar. Ele preferiu viver no deserto para afastar-se das coisas mundanas e ouvir, perfeitamente,  as instruções de Deus. O batismo no seu ministério era um sinal visível de que a pessoa decidiu mudar de trajetória,  abrindo mão do pecado e voltando-se para o Senhor.

Marcos 1:1-8 – O Ministério de João Batista

1 Princípio do Evangelho de Jesus Cristo, o Filho de Deus (ou, em outras palavras, “O princípio das Boas-Novas a respeito de Jesus, o Messias, o Filho de Deus”; o Espírito Santo começa este Livro testemunhando da Realeza e da Divindade de Cristo antes de mostrar Sua Perfeição como um Servo; o princípio real deste Evangelho é o Ministério de João Batista).

2 Como está escrito nos profetas (revela o Antigo Testamento como a Palavra de Deus): Eis que Eu envio o Meu Anjo (João Batista) ante a Tua face (Cristo), O qual preparará o Teu caminho diante de Ti (pregação para a apresentação do Messias [Ml 3.1]).

3 Voz do que clama (a pregação de João Batista era cheia de emoção e sentimento) no deserto (típico da condição espiritual de Israel): Preparai o Caminho do Senhor (como uma ordem militar); endireitai Suas veredas (compreendam corretamente a Palavra e obedeçam a ela).

4 Batizava João no deserto (O Batismo na Água, daquela maneira, era única), e pregava o batismo do arrependimento (Arrependimento por parte da pessoa) para remissão de pecados (deveria ter sido traduzido como “por causa da remissão dos pecados”; as pessoas estavam sendo batizadas porque no coração elas já haviam se arrependido;. não há Salvação na cerimônia do Batismo na Água).

5 E iam ter com ele toda a província da Judeia, e os de Jerusalém; e eram todos batizados por ele no rio Jordão, confessando seus pecados (significa que, às vezes, a confissão dos pecados e o ato do Batismo na Água ocorriam ao mesmo tempo).

Profecia que Jesus viria

6 E João andava vestido de pelos de camelo (característica da doutrina que João ensinava, ou seja, a penitência e o desprezo pelo mundo), e com um cinto de couro ao redor de seus lombos; e comia gafanhotos e mel silvestre (os gafanhotos eram secos ao sol até ficarem crocantes e eram então comidos com mel, prática bastante comum naquele tempo).

7 E pregava (com profunda emoção), dizendo: Vem após mim (vou preparar o caminho) Um mais poderoso do que eu (“O Onipotente”), ao qual não sou digno de me curvar e desatar a correia de Suas sandálias (sendo que a diferença principal entre eles é que João Batista era um ser criado e Aquele que estava por vir era o Criador).

8 Eu, em verdade, vos batizo com água; mas Ele vos batizará com o Espírito Santo (por causa da Cruz, o Espírito Santo pode entrar agora no coração e na vida do Crente para lá morar para sempre [Jo 14.16-17]).

Marcos 1:9-11 – O Batismo de Jesus

9 E aconteceu naqueles dias (o encerramento do Ministério de João Batista) que Jesus, tendo ido de Nazaré, da Galileia (diz respeito ao início do Ministério de Cristo), foi batizado por João no rio Jordão.

10 E logo (imediatamente), subindo da água (O Batismo na Água é feito por imersão, o que, por si só, pode ser suficiente, e não por borrifos), ele (João) viu os Céus abertos (viu o Céu se abrir, o que quer que isso possa significar), e o Espírito como uma pomba, que descia sobre Ele (de acordo com Lucas, “em forma corpórea, como uma pomba” [Lc 3.22]; exatamente o que ele viu não sabemos, mas de finitivamente ele viu algo).

11 E ouviu-se uma voz dos Céus (A Voz veio do céu rasgado ou aberto; nenhuma forma foi vista, mas uma “voz” foi ouvida) que dizia: Tu és meu Filho Amado (em contraposição a todos os outros); em Quem me comprazo (isso significa que Deus está satisfeito conosco somente enquanto estivermos em Cristo; aqui temos a Trindade: A voz do Céu, Deus o Pai; o Espírito Santo, sendo enviado; e o Filho em Quem Ele é enviado).

Marcos 1:12-13 – As Tentações de Jesus

12 E imediatamente (o primeiro ato do Espírito para com Cristo) o Espírito (o Espírito Santo) impulsionou-lhe (impeliu-O fortemente) para o deserto (que se acredita estar localizado nas proximidades de Jericó).

13 E esteve ali no deserto quarenta dias (período probatório), e foi tentado por Satanás (tentado constantemente durante os quarenta dias e noites); e estava com as feras (o último Adão estava um ambiente totalmente diferente do ambiente do primeiro Adão, que era o Paraíso); e Os Anjos O serviam (exatamente de que maneira, não nos é dito).

Marcos 1:14-20 – O Chamado

14 Mas depois que João foi para o cárcere, Jesus veio para Galileia Pregando o Evangelho (as Boas-Novas) do Reino de Deus (um reino no qual um Rei, isto é, Cristo, exerce Seu Poder de agir e controlar).

15 E dizendo: O tempo está cumprido (como previsto pelos Profetas, Cristo agora veio), e o Reino de Deus está próximo (está disponível), arrependei-vos, e crede no Evangelho (“arrependei-vos e crede” pode ser considerado como um resumo do método de Salvação.

Isso significa que o Arrependimento e a Fé são as condições para a admissão nesse Reino, ou seja, “a Nova Aliança”).

16 E passando junto ao mar da Galileia, viu Simão (Pedro), e André seu irmão, que jogavam a rede no mar; porque eram pescadores.

17 E lhes disse Jesus: Venham após mim, e farei que sejais pescadores de homens.

18 E logo (imediatamente), deixando suas redes, o seguiam.

19 E passando dali um pouco mais adiante, viu a Tiago e João, filhos de Zebedeu, que estando no barco, remendavam suas redes.

20 E logo Ele os chamou (o Ministério é “um chamado”, e não uma carreira): e deixando a seu pai Zebedeu no barco com os servos contratados, foram após Ele (aparentemente, eles tiveram a bênção de seu pai).

Marcos 1:21-28 – A Autoridade Sobre os Demônios

21 E entraram em Cafarnaum (onde Jesus estabeleceu Sua Sede); e logo (imediatamente) no Dia de Sábado, entrando Ele na Sinagoga, ali ensinava.

22 E se admiravam de Sua doutrina (do que Ele ensinava e da maneira como Ele a ensinava; Sua Doutrina era a Palavra de Deus, ao passo que os Escribas ensinavam, basicamente, a tradição); porque os ensinava como Quem tem autoridade, e não como os Escribas (um grupo supostamente especialista nas Leis de Moisés).

23 E estava na Sinagoga deles um homem com espírito imundo (a palavra “imundo” representa a gama de todas as atividades de Satanás, da imoralidade aos espíritos religiosos enganadores e mentirosos [Ap 16.13-16]), o qual exclamou.

24 Dizendo: Ah! deixa-nos (o líder dos demônios gritou em voz alta, mas havia mais de um demônio naquele homem), O que tens a ver conosco, Jesus Nazareno? (Os demônios estavam ofendidos com a invasão de Cristo nos seus domínios) vieste destruir-nos? (Eles sabiam que Jesus tinha o poder de fazer tudo o que precisava ser feito) Sei quem és: O Santo de Deus (os espíritos demoníacos sabiam quem era Ele, mas os líderes religiosos de Israel não sabiam ou, então, se recusava a saber).

25 E Jesus o repreendeu (o líder dos demônios), dizendo: Fica quieto e sai dele (de fato, Ele disse, “Cala-te e sai dele!”)

26 E o espírito imundo, convulsionando-o (pela pressa de sair), e clamando em grande voz (a voz representa um grito de medo – medo de Cristo, e medo de não obedecer a Cristo imediatamente), saiu dele (não houve demora).

Maravilhas de Jesus

27 E todos se maravilharam (ficaram boquiabertos), de tal maneira que comentaram entre si (os Escribas, animando-se, prolongaram a discussão), dizendo: Que é isto? (na verdade, “Quem é este Homem?”, referindo-se à possibilidade, e às suas ideias, de que Ele poderia ser o Messias) Que doutrina nova é esta? (Não quer dizer “nova” em relação ao tempo, mas, em vez disso, em comparação com a lenga-lenga ríspida dos Escribas), pois com autoridade ordena aos espíritos imundos, e eles Lhe obedecem (esse é o poder absoluto sobre Satanás e sobre todos os espíritos demoníacos, e sendo imediatamente obedecido).

28 E se espalhou logo a sua fama por toda a província da Galileia (quando Sua fala chegasse à Jerusalém, os líderes religiosos ficariam enfurecidos).

Marcos 1:29-31 – A Cura

29 E logo saindo da Sinagoga, foram à casa de Simão (Pedro) e de André (irmão de Pedro), com Tiago e João (esses quatro eram, provavelmente, os únicos Discípulos que Ele tinha naquele tempo, ou seja, no início de Seu Ministério).

30 E a Sogra de Simão fazia doente e com febre (de cama); e logo (imediatamente) lhe falaram dela (não há menção do nome da esposa de Pedro no Novo Testamento; segundo os testemunhos de Clemente de Alexandria e de Eusébio, ela sofreu martírio e foi levada à morte na presença do seu marido, cujas últimas palavras para ela foram: “Lembre-se do Senhor”).

31 Então chegando Ele (Jesus), tomando-a pela sua mãe a levantou; e logo a febre a deixou (foi imediatamente curada), e servia-os (provavelmente ajudou a preparar uma refeição).

Marcos 1:32-34 – Os Demônios Expulsos; Muitos Curados

32 E no final da tarde, logo ao pôr do sol (quando o sábado terminou), traziam para Ele todos os que tinham enfermidades e os endemoninhados (possuídos por demônios);

33 E toda a cidade se ajuntou à porta (todos os doentes e atormentados).

34 E curou muitos que estavam enfermos de diversas enfermidades (muitas doenças de vários tipos), e expulsou muitos demônios (espíritos demoníacos); e não deixava falar os demônios, porque o conheciam (os demônios sabiam que Ele era o Messias).

Marcos 1:35-39 – Uma viagem para pregar

35 E levantando-se pela manhã muito cedo, ainda escuro (de madrugada, entre três e seis horas), Ele saiu e foi a um lugar deserto, e ali orava (o exemplo de uma vida repleta de orações, que era um hábito Dele e se constitui num exemplo para nós [Mt 14.23 – Mc 1.35 – Lc 6.12]).

36 E seguiram-nO Simão, e os que estavam com Ele (foram atrás Dele, tentando encontrá-lo);

37 E achando-O, disseram-lhe: Todos Te buscam (o pronome “Te” é enfático, querendo dizer que aqueles que procuravam por Jesus não se dariam por satisfeitos em ver Seus Discípulos).

38 E Ele disse-lhes: Vamos às aldeias vizinhas (enquanto orava, Ele havia recebido orientação vindas do Céu em relação ao que fazer e para onde ir), para que pregue também ali; porque para isso vim (Ele deveria pregar em quase toda a extensão de Israel).

39 E Ele pregava nas Sinagogas deles, em toda a Galileia, e expulsava os demônios (a cura e a Libertação, embora fosse extremamente importantes, era secundárias em relação à “pregação” da Palavra).

Marcos 1:40-45 – Jesus cura um leproso

40 E um leproso veio-lhe ao encontro, rogando (implorando a Ele); e pondo-se de joelhos (esse não era simplesmente um gesto de demonstração de honra a um ser terreno; era um gesto de reverência a um Ser Divino), lhe dizia: Se queres, podes limpar-me (a lepra era considerada repugnante pela sociedade, por isso o leproso não sabia se Jesus o curaria ou não, embora soubesse que Jesus tinha Poder para fazer isso).

41 E Jesus, sentindo misericórdia dele (isso retrata o Coração de Deus), estendeu Sua mão, tocou-o e disse-lhe: Quero, sê limpo (segundo o original Grego, foi Sua Palavra que curou o homem, e não Seu toque; quando Ele o tocou, a cura já havia acontecido e homem estava “purificado”; a palavra “Quero” estabeleceu de uma vez por todas a questão a respeito da Vontade de Deus para curar os doentes).

42 E, tendo Ele dito isso, logo a lepra se foi (proclamar a Palavra falada pode ser suficiente), e ficou limpo.

43 Então Ele (Jesus) advertindo-o severamente (exigiu dele com seriedade), logo o despediu (ordenou que procurasse o Sacerdote, como a Lei exigia [Lv 14.2]),

Referência a Lei da Purificação

44 E disse-lhe: Olha, não digas nada a ninguém (pelo menos não neste momento); porém vai (primeiro), mostra-te ao Sacerdote, e oferece pela tua purificação o que Moisés determinou, para testemunho a eles (isso se refere à Lei de purificação do Leproso, que era uma questão bastante complicada [Lv 14.1-32]).

45 Mas, tendo ele saído, começou a apregoar muitas coisas, e a divulgar o que acontecera, de maneira que Jesus já não podia entrar publicamente na cidade (era Cafarnaum), mas procurava ficar nos lugares desertos (por causa da pressão das grandes multidões); e de todas partes iam ter com Ele (o homem, ao não obedecer ao que Jesus lhe havia dito, deu aos inimigos de Cristo ocasião para acusá-lO; em outras palavras, eles diriam que Ele havia ignorado a Lei, algo que, obviamente, Ele não havia feito, mas o homem sim, e isso apesar da advertência de Jesus).

Conclusão

Embora João fosse o único e verdadeiro profeta depois do período de quatrocentos anos de silêncio de Deus, Jesus, o Messias,  é infinitamente maior do que ele.

Neste capítulo,  João demonstrava como ele era insignificante se comparado àquele que estava por vir. João era indigno até de ser seu servo. Jesus concluiu seu ministério messiânico,  anunciado por João.

Que sejamos como João Batista, anunciar Jesus como um grande acontecimento.

Marcos 1 estudo.

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