Salmo 51 Estudo: Não retires de mim o teu Espírito Santo

Certamente, uma das orações mais marcantes da vida de Davi está no Salmo 51. O rei de Israel cometeu alguns pecados envolvendo um adultério e um homicídio. Então, Deus enviou o profeta Natã para repreendê-lo fortemente, o que gerou de imediato um profundo e genuíno arrependimento em Davi.

Os versos do Salmo 51 deixam claro a autenticidade das palavras do salmista e como ele assumiu totalmente a culpa pelos crimes que cometeu. Apesar dos grandes erros ele conseguiu voltar ao seu normal e viver para glória de Deus como fazia anteriormente.

Do mesmo modo, podemos transformar os nossos erros em grandes lições em vez de firmar um compromisso com eles por toda vida. Obviamente, os erros trarão consequências de acordo com sua proporção, mas ainda assim é a forma que você reage a eles que determina se sua falha trata-se de um deslize ou de insatisfação com Deus.

Recado importante: Para melhor interpretação deste estudo, destacamos na cor vermelha as partes das explicações de cada versículos, então fiquem atentos e bom estudo.

Salmo 51:1 – Apaga as minhas transgressões

1 Tem misericórdia de mim, ó Deus, conforme a Tua benignidade; segundo a multidão das Tuas misericórdias, apaga as minhas transgressões.

(Este é um Salmo de Davi, escrito quando Natã, o Profeta, foi até ele depois de Davi ter pecado com Bate-Seba e assassinado o marido dela, Urias [2Sm 12].

Este Salmo foi dado a Davi pelo Espírito Santo quando seu coração, quebrantado e arrependido devido a seu pecado contra Deus, pediu-Lhe perdão mediante o Sangue Expiatório do Cordeiro de Deus, prefigurado em Êxodo, no Capítulo 12.

Desta maneira, Ele não só lhe proveu oportunamente um veículo de expressão de Arrependimento e fé, mas também de comunicado profética. Davi, em seu pecado, arrependido e restauração, é uma prefiguração de Israel.

Assim como, quando ele abandonou a Lei, tornou-se culpado de adultério e assassinato, Israel desprezou a Aliança, desviou-se para a idolatria [adultério espiritual] e assassinou o Messias.

Portanto, o âmbito e a estrutura deste Salmo vão além de Davi. Prediz a futura confissão e o perdão de Israel no dia da Segunda Vinda do Messias, quando, olharão para Aquele que eles transpassaram em uma Cruz, afligir-se-ão e chorarão [Zc 12-13].

Esta também é a mais perfeita representação viva da Obra Intercessora de Cristo por Seu Povo.

Embora Davi tenha feito esta oração, o Filho de Davi faria do pecado de Davi [assim como do nosso] Seu Próprio e oraria dizendo o que deveria ser dito.

Significa que esta oração de Arrependimento é a mais verdadeira que já fez porque ela simboliza a Obra Intercessora do Filho de Davi.)

Salmo 51:2 – Lava-me completamente

2 Lava-me completamente da minha maldade e purifica-me do meu pecado (o problema do homem é o pecado, e o homem deve admitir isso; o único remédio para o pecado é “Jesus Cristo, e Ele crucificado”, para quem Davi, em essência, apelou [Hb 10.12]; só o Sangue de Jesus Cristo nos purifica de todo o pecado [1Jo 1.7]).

Salmo 51:3 – O meu pecado está sempre diante de mim

3 Porque eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim (o reconhecimento do pecado, nos Versículos 3 e 4, é a condição para o perdão Divino; todo pecado, em essência, é cometido contra Deus; portanto, Deus exige que sejam reconhecidas as transgressões, para colocar a culpa legitimamente sobre quem de direito – o autor do delito; Ele não foi reconhecido e pelo qual o culpado não aceita responsabilidade alguma).

Salmo 51:4 – Somente contra ti pequei

4 Contra Ti, contra Ti somente pequei, e fiz o que é mal diante de Teus Olhos, para que sejas reconhecido como Justo em Tua palavra e tido como puro em Teu julgamento.

(Embora os pecados de Davi fosse [diretamente] contra Bate-Seba, o marido dela, Urias, e todo o Israel, não abstante, no final, o pecado foi direcionado, conforme planejado por Satanás, contra Deus, e sempre o é.

Salmo 51:5 – Em iniquidade fui formado

5 Eis que em iniquidade fui formado, e em pecado me concebeu minha mãe. (inequivocamente, este Versículo declara o fato do pecado original.

Essa passagem declara que todos nascem sob o pecado, como consequência da Queda de Adão, no Jardim do Éden.

Quando Adão, como o cabeça da raça humana, falhou, toda a humanidade herdou a falha dele. Isso significa que todos os que nasceriam nesse mundo, com efeito, nasceriam perdidos.

Como consequência disto, o Segundo Homem o “Último Adão”, o Senhor Jesus Cristo, teve que vir a este mundo; com efeito, Deus se fez homem, para desfazer o que fez o Primeiro Adão.

Cristo teria que guardar a Lei de Deus perfeitamente, e foi o que Ele fez, como nosso Substituto, e pagar a pena pela dívida do terrível pecado que toda a humanidade devia, já que todos tinham violado a Lei. Ele fez ao entregar-Se na Cruz do Calvário [Jo 3.16].

Para ser livrado do julgamento do pecado original, o homem deve “nascer de novo”, o que ocorre quando o pecador crê e expressa sua Fé em Cristo e no que Cristo fez na Cruz [Jo 3.3] [Ef 2.8-9].)

Salmo 51:6 – Deus deseja sinceridade do nosso íntimo

6 Eis que Tu amas a verdade no íntimo, e no oculto me tens feito compreender a sabedoria (o homem só pode tratar com o exterior, e inclusive faz isso muito bem; Só Deus pode tratar com o “íntimo”, ou seja, o interior do homem, que é a fonte do pecado, no que se refere ao coração; em outras palavras, o coração tem que ser trocado, o que só o Senhor pode fazer [Mt 5.8]).

Salmo 51:7 – Deus é capaz de nos limpar integralmente

7 Purifica-me com hissopo, e serei limpo; lava-me, e ficarei mais branco do que a neve. (A petição “purifica-me com hissopo” expressa uma figura de linguagem.

“Purifica-me com o sangue que naquela noite, no Egito, foi aspergido nos umbrais das portas com um molho de hissopo” [Ex 12.13-22] representa a dependência de Davi quanto ao Sangue do Cordeiro.

Davi não obteve nenhum recurso na Lei; do mesmo modo, ninguém tem recurso na Lei. A Lei só condena. O único recurso se encontra exclusivamente em Cristo e no que fez por nós na Cruz, do que o cordeiro imolado e o sangue nos umbrais das portas no Egito foram símbolos [Ex 12.13].)

Salmo 51:8 – A restauração dos ossos quebrados

8 Faça-me ouvir júbilo e alegria, e se recrearão os ossos que Tu quebraste. (A absolvição no passado nunca esgota a plenitude do perdão. Há provisão para o futuro.

A expressão “os ossos que Tu quebraste”, representa uma figura de linguagem que significa que ninguém pode proceder bem até que arrume sua vida com Deus.

É como se a perna se fraturasse, e a pessoa não pudesse caminhar. O pecado não perdoado imobiliza a alma; equivale a um osso fraturado que imobiliza o corpo.)

Salmo 51:9 – Esconde o rosto dos meus pecados

9 Esconde o Teu Rosto dos meus pecados e apaga todas as minhas maldades. (O pecado não perdoado salta à Vista de Deus. Isto só termina quando os pecados são extirpados, o que só se obtém com a apropriada Confissão e o Arrependimento; pelo Sangue de Jesus aplicado pela fé.

Quando se faz isto, “as maldades” são “apagadas” como se elas nunca tivessem existido. Isto é “justificação pela Fé” [Rm 5.1].)

Salmo 51:10 – Renova um espírito reto dentro de mim

10 Cria em mim, ó Deus, um coração puro e renova um espírito reto dentro de mim. (O coração de Davi era impuro. O pecado produz a impureza no coração. A palavra “cria” é interessante; significa que o velho coração está poluído pelo pecado, está doente e já não pode ser resgatado. Deus tem que, em sentido espiritual, “criar um coração puro” [Ez 18.31].

Também é impossível para qualquer um ter um “espírito reto” se há pecado não confessado em sua vida.)

Salmo 51:11 – Não retires de mim o teu Santo Espírito

11 Não me lances de diante de Ti e não retires de mim o Teu Santo Espírito. (Se [o infrator] não confessar o pecado e persistir na rebelião, Deus no final lançará ao indivíduo de diante de Si, ou seja, de Sua Presença.

Ele também lhe tirará o Seu Santo Espírito. Isto refuta a doutrina da Salvação Eterna Incondicional.)

Salmo 51:12 – Torna a dar-me a alegria da tua salvação

12 Torna a dar-me a alegria da Tua Salvação, e um espírito voluntário me sustente. (Parte da responsabilidade do Espírito Santo é a “restauração”, mas só se o indivíduo cumprir as condições de Deus, como o fez Davi e como nós devemos fazer.

Quando não se confessa o pecado, perde-se “a alegria”. Quando se confessa, o pecado é purificado e extirpado, a “alegria da Salvação” retorna.

Então o Espírito Santo concede um coração puro, um espírito disposto e uma vontade firme.)

Salmo 51:13 – O ensino para os pecadores

13 Então ensinarei aos transgressores os Teus caminhos, e os pecadores se converterão a Ti. (Antes do Arrependimento, Davi não estava em condições de proclamar a verdade de Deus aos “transgressores”, porque ele mesmo era um transgressor.

Quando ao verdadeiro Arrependimento, Davi agora estava preparado para ensiná-lo e para apregoá-lo, e o Espírito Santo deu testemunho disso.)

Salmo 51:14 – Perdão pelo derramamento de sangue

14 Livra-me de homicídios, ó Deus, Deus da minha Salvação, e a minha língua cantará em voz alta a Tua justiça. (refere-se ao terrível pecado de ter matado Urias, marido de Bate-Seba [2Sm 11.14-21].

Só o pecador conscientemente perdoado pode cantar “em voz alta” a Justiça de Deus. Os homens não perdoados podem falar da Sua Misericórdia, mas seus pensamentos quanto a ela são pensamentos profanos.)

Salmo 51:15 – Abre os meus lábios para o louvor

15 Ó SENHOR, abre os meus lábios, e publicará a minha boca o Teu louvor. (O louvor apropriado ao Senhor não pode ser expressado enquanto o pecado não é confessado.

Esta é a razão por que há pouco louvor na maioria das Igrejas e por que muito frequentemente o louvor que é oferecido realmente é superficial e vazio.

O verdadeiro louvor só pode sair de um coração verdadeiro!)

Salmo 51:16 – Deus não quer sacrifícios

16 Porque não queres Tu Sacrifícios, senão eu os daria; não te deleitas em Holocaustos. (Nenhuma penitência, sacramento ou presente custoso das Igrejas ou dos homens, quanto à expiação dos pecados passados, são desejados ou aceitos por Deus.

Só a Fé e a confiança em Cristo e no que Ele fez por nós na Cruz podem ser aceitos pelo Senhor.

Infelizmente, o mundo trata de criar um novo deus, enquanto a Igreja trata de criar um outro sacrifício. Há um único Sacrifício a favor do povo [Hb 10.12].)

Salmo 51:17 – O espírito quebrantado e um coração contrito não será desprezado pelo Senhor

17 Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração contrito e humilhado não desprezarás, ó Deus. (O Arrependimento verdadeiro sempre incluirá um “espírito quebrantado” e um “coração contrito e humilhado”, ou seja, um coração arrependido.

Deus somente aceitará Cristo e o que Cristo fez na Cruz. Ele não aceitará nada mais.)

Salmo 51:18 – Faz o bem segundo sua vontade

18 Faze o bem a Sião, segundo a Tua boa vontade; edifica os muros de Jerusalém. (Os Versículos 18-19 não são, como alguns pensam, uma adição sem sentido ao salmo por parte de algum escritor posterior. Ambos pertencem à estrutura e ao âmbito profético do Salmo.

O pecado de Davi, a confissão e a Restauração ilustram este futuro Capítulo na história de Israel.

Com sua idolatria [adultério espiritual] e o seu assassinato perdoado, os Israelitas sairão como mensageiros do Evangelho para ganhar outras nações para uma fé sem reservas e para o serviço a Cristo.

Quanto ao Arrependimento de Israel, o Senhor, uma vez mais edificará “os muros de Jerusalém”.)

Salmo 51:19 – A gratidão pela bondade Deus

19 Então Lhe agradarão os Sacrifícios de Justiça, os Holocautos e as Ofertas queimadas; então se oferecerão bezerros sobre o Teu Altar.

(O programa de sacrifícios sob o antigo sistema era legal porque apontava para Redentor vindouro. Desde Cristo e a Cruz, eles já não são necessários, e por todos os motivos óbvios.

Para que serve o símbolo quando está disponível a Essência dele?

Durante o Reinado Milenar, o sistema de sacrifícios será restaurado, mas só como uma comemoração do que Cristo fez na Cruz [Ez 40].)

Conclusão

Por fim, o grande arrependimento de Davi descrito no Salmo 51 estudo ensina o nosso coração a maneira de lidar com os nossos erros. Uma coisa é certa: quando caímos em si em relação ao erro, não podemos tratá-lo como algo normal. Não é normal pecarmos enquanto servimos um Deus santo e dizemos com os nossos lábios que o amamos.

Também não é normal pecarmos por conta das dificuldades ou abraçarmos o erro porque sentimos um certo abandono de Deus à nossa condição. Um arrependimento genuíno deve ser cultivado no seu coração diante do erro, porque do contrário, há muitos riscos de você cometê-lo novamente. Os erros denunciam mudanças que precisam ser realizadas no nosso caráter, moral e mentalidade. E, podem ser melhor aproveitados a partir do momento que você diz como Davi: “contra ti, contra ti somente pequei.

Então, viva em santidade, afastado de qualquer coisa que desagrada o Senhor, porém, se você pecar contra Ele, confesse, peça perdão para quem você feriu, aprenda com o erro e siga em frente, se esforçando – e muito – para não cair na mesma coisa. Porque pesar dos erros – e das consequências trazidas por eles – ainda é possível você voltar a viver para a glória de Deus.

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